A pesquisadora Daniela Vieira analisa como Caetano interpreta o Brasil em suas canções, tema do artigo "A política das canções: Chico e Caetano como intérpretes do Brasil".
Ao longo de 30 anos, entre 1960 e 1990, Caetano Veloso refletiu, em suas canções, os impactos da ditadura, do nacional-popular e a transição para o neoliberalismo no Brasil.
Em “Samba em Paz” (1965), Caetano dialoga com ideais da esquerda e da cultura popular, revelando um início de carreira mais alinhado às pautas progressistas.
Nos anos 1980, canções como “Jeito de Corpo” expressam a transição da ditadura, o hedonismo, a incerteza e a crise do projeto nacional-popular no Brasil.
Manhatã” (1997) aborda os impactos da globalização, com metáforas sobre o capitalismo tardio, usando imagens poéticas para falar de dinheiro, poder e desigualdade.