50 anos depois, Hair ainda tem força política?

TEATRO

Lançado em 1967, Hair uniu teatro, psicodelia e ativismo, dando voz à juventude hippie na Guerra do Vietnã, com temas como liberdade sexual, racismo e pacifismo.

Com músicas icônicas como “Aquarius” e “Let the Sunshine In”, o musical virou símbolo da contracultura e revolucionou o teatro musical no mundo todo.

Em 1968, Hair estreou em Londres no Shaftesbury Theatre, pouco após o fim da censura britânica, exibindo nudez coletiva, palavrões e críticas ao sistema.

No elenco londrino estavam Tim Curry e Marsha Hunt, e o espetáculo ficou quase 2 mil dias em cartaz, só encerrado após um acidente estrutural no teatro.

No Brasil, em 1969, sob ditadura militar, Hair estreou em São Paulo, dirigido por Ademar Guerra, com Sônia Braga e Antônio Fagundes, enfrentando forte censura.

A cena de nudez coletiva brasileira era um gesto político contra a violência estatal e a censura, e o musical permaneceu em cartaz por dois anos, marcando época.

Em 2025, Hair retorna em nova montagem no Rio e São Paulo, dirigida por Charles Möeller e Claudio Botelho; resta saber se ainda provoca ou é só nostalgia dos anos 60.