Júlia Lopes de Almeida: conheça a história da mulher apagada da ABL

LITERATURA

Em 1897, liderados por Machado de Assis, intelectuais fundaram a ABL no Rio, inspirados na Académie française, para promover a literatura e a língua portuguesa.

A ABL surgiu num Brasil pós-Império, reunindo nomes como Rui Barbosa, Olavo Bilac e José do Patrocínio. A “casa dos imortais” nasceu elitista e excludente.

Mulheres foram proibidas de integrar a ABL desde o início. A exclusão seguia os valores patriarcais da época e o modelo francês, que também vetava autoras.

Décadas depois, descobriu-se que Júlia Lopes de Almeida participou da criação da ABL, mas foi vetada. A cadeira ficou com seu marido, Filinto de Almeida.

Júlia foi pioneira da literatura infantil, publicou romances e peças. Tratou de temas como abolição e direitos civis. Morreu em 1934, vítima de febre-amarela.

Só em 1977 a ABL teve sua 1ª mulher: Rachel de Queiroz. Em 2025, Ana Maria Gonçalves tornou-se a 1ª mulher negra. Júlia segue como símbolo de uma reparação tardia.