36ª Bienal de São Paulo revela time completo de curadores da nova edição
Mostra de arte liderada pelo curador-geral Bonaventure Soh Bejeng Ndikung está programada para o segundo semestre de 2025
Por Laís Franklin
Atualizado em 29 Maio 2024, 15h21 - Publicado em 29 Maio 2024, 05h00
Depois de nomear o camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung como curador-geral da 36ª Bienal de São Paulo, a Fundação acaba de revelar seu time completo de cocuradores: Alya Sebti (Marrocos), Anna Roberta Goetz (Suíça), Thiago de Paula Souza (Brasil) eKeyna Eleison (Brasil). Junto com a consultora de comunicação e estratégia Henriette Gallus (Alemanha), eles formam a nova equipe conceitual da Bienal de arte.
“A coisa mais importante nesta seleção é que eu queria uma equipe profundamente apaixonada e interessada em trabalhar com artistas. São pessoas generosas com seu conhecimento e experiência e que estão completamente engajadas com o processo de pesquisa. Os respeito muito”, contou Bonaventure em entrevista à Bravo!.
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“Em termos de metodologia curatorial, junto com meus colegas, vamos adotar as rotas de voo de pássaros migratórios que cruzam os quatro pontos cardeais do globo e cada um de nós vai mergulhar em uma rota. Isso nos ajudará a espalhar nossas asas, sair de nossas zonas de conforto e entender as urgências de outros seres além de nós. Precisamos escutar outros seres neste mundo”, completa ele, que tem entre suas referências brasileiras o trabalho de Abdias Nascimento.
Boaventure também mostrou um interesse especial em dialogar com outras áreas da cultura como a poesia e a música. “Olho bastante para os escritos de Conceição Evaristo e de Beatriz Nascimento e a música de Mateus Aleluia. Esses são meus pontos de partida aqui no Brasil”, pontua.
Na ala brasileira, estamos muito bem representados com pesquisadores e educadores cujo trabalho desafia e reconfigura os cânones eurocêntricos do mercado das artes. A pesquisadora e educadora Keyna Eleison, por exemplo, foi responsável pela curadoria da 1ª Bienal das Amazônias (2023) e promoveu uma revolução enquanto diretora artística do MAM do Rio de Janeiro. Já o paulista Thiago de Paula Souza é o atual cocurador do 38ª Panorama da Arte Brasileira no MAM São Paulo (2024).
“Bonaventure começou a imaginar o conceito dessa exposição de maneira coletiva, ele está costurando isso com a gente. Fico muito feliz que a minha carreira cruze com a dele dessa forma. Temos a mesma linha de pensamento, mas temos diferentes linhas de deslocamento. Estamos seguindo um conceito próprio coletivo, mas vamos cobrir uma área territorial de pesquisa em lugares diferentes do globo terrestre”, adiantou Keyna.
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A 36ª Bienal de São Paulo está programada para ocorrer no segundo semestre de 2025, e o projeto curatorial de Ndikung será comunicado ainda este ano, assim como novos membros da equipe.
Até lá, a itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – Coreografias do Impossível — que já percorreu o MALBA, na Argentina, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba e o Museu de Arte de Belém, na capital do Pará — segue a todo vapor até 28 de julho no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador, e até 8 de setembro no Sesc Campinas.
Quem é Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, curador-geral da 36ª Bienal de São Paulo?
Nascido em 1977 em Yaoundé, Camarões, sua trajetória artística combina performatividade, artes sonoras, instalativas e visuais, teoria crítica e discurso com formação acadêmica em biotecnologia médica e biofísica. Fundador e ex-diretor artístico do SAVVY Contemporary em Berlim, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é uma figura proeminente na cena da arte contemporânea global. Desde 2023, ele se divide entre o posto de professor-chefe do corpo docente no programa de mestrado em estratégias espaciais da weißensee academy of art berlin e o cargo de diretor e curador geral do Haus der Kulturen der Welt (HKW) de Berlim.
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O extenso currículo do diretor artístico, pedagogo e curador inclui trabalhos como curador adjunto para a documenta 14 de Adam Szymczyk em Atenas, Grécia, e Kassel, Alemanha, em 2017, curador convidado da Dak’Art: Bienal de Arte Contemporânea Africana em Dakar, Senegal, em 2018 e , juntamente com o Miracle Workers Collective, curador do Pavilhão Finlandês na 58ª Bienal de Veneza, em 2019.
Bonaventure define a Bienal de São Paulo como um sismógrafo que registra os diferentes tremores mundiais nos quesitos ambientais, socioeconômicos, geopolíticos. “Esses registros também nos oferecem possibilidades de moldar um futuro mais justo e humanitário para todos os seres animados e inanimados deste planeta”, defendeu em comunicado oficial.
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