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415 anos da morte de Caravaggio: Veja 5 pinturas que fizeram história

Em 18 de julho de 1610 morria Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio, um dos maiores mestres da pintura barroca

Por Redação Bravo!
Atualizado em 17 jul 2025, 12h57 - Publicado em 17 jul 2025, 09h00
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São Jerônimo (ou São Jerônimo Escrevendo) (WikiArt/reprodução)
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Em 18 de julho de 1610, há 415 anos, morria Michelangelo Merisi, mais conhecido como Caravaggio, um dos maiores mestres da pintura barroca e um revolucionário na história da arte ocidental. Nascido em 1571, na região de Milão, Caravaggio alcançou fama ainda em vida — algo raro para artistas de sua época — e se consagrou por seu talento singular no uso dramático da luz e da sombra, técnica que mais tarde ficaria conhecida como chiaroscuro (claro-escuro).

Ao romper com os ideais do classicismo renascentista, ele inaugurou uma estética mais direta e realista, que se aproximava daquilo que mais tarde seria chamado de naturalismo moderno. Sua obra fugia da idealização e buscava representar o mundo como ele é — imperfeito, sombrio, intenso. As cenas que pintava, frequentemente de temas religiosos, eram povoadas por figuras humanas comuns, muitas vezes inspiradas em pessoas marginalizadas que ele encontrava pelas ruas de Roma: prostitutas, mendigos, camponeses.

Caravaggio não se limitava à beleza convencional nem à pureza espiritual; preferia o drama, a tensão e a expressividade extrema. Seu trabalho impactava o espectador com a força emocional das imagens e a teatralidade da composição. Embora tenha tido uma vida conturbada — marcada por brigas, prisões e até um homicídio —, seu legado influenciou profundamente a arte europeia dos séculos seguintes, sendo retomado por pintores do barroco e redescoberto com entusiasmo por críticos e artistas modernos.

Caravaggio morreu jovem, aos 38 anos, em circunstâncias misteriosas. Ainda assim, sua obra permanece como um marco na transição da arte idealizada para uma representação mais crua e visceral da experiência humana.

Relembre algumas de suas principais criações:

Judite e Holofernes (c. 1598–1599)

Nesta cena intensa e brutal, Caravaggio retrata o momento em que Judite decapita o general assírio Holofernes. A dramaticidade é amplificada pelo contraste de luz e sombra, e pela expressão firme de Judite, em oposição à violência do ato. A pintura é um exemplo marcante do realismo e da tensão emocional que caracterizam a obra do artista.

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(Wikipedia commons/domínio público)

A Vocação de São Mateus (ou Invocação de São Mateus) (c. 1599–1600)

Uma das obras-primas de Caravaggio, esta pintura representa o momento em que Jesus chama Mateus para segui-lo. A cena se passa em um ambiente sombrio e contemporâneo à época do pintor, e a luz que incide sobre Mateus sublinha a transformação espiritual. O uso teatral do claro-escuro cria uma atmosfera de revelação e mistério.

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(Google Arts/domínio público)

Medusa (c. 1597)

Pintada sobre um escudo de madeira, Medusa mostra o instante em que a criatura mitológica é decapitada por Perseu. Caravaggio captura o terror congelado no rosto da figura, com sangue jorrando de seu pescoço. A obra impressiona pela ilusão de movimento e pelo domínio técnico do artista em criar um efeito tridimensional.

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caravaggio-medusa-pintura-mitologia-grega-chiaro-escuro
(Google Arts/domínio público)

A Captura de Cristo (c. 1602)

Também conhecida como Prisão de Cristo, esta pintura retrata o momento da traição de Judas e a subsequente prisão de Jesus. A cena é envolta em sombras, com um foco dramático na expressão dos personagens e na movimentação das mãos e corpos. A presença de um homem com uma lanterna (possivelmente um autorretrato de Caravaggio) reforça o jogo de luz e tensão narrativa.

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(Google Arts/domínio público)

Baco (c. 1596–1597)

Nesta representação do deus romano do vinho, Caravaggio retrata Baco como um jovem de aspecto comum, de corpo levemente arredondado e olhar direto, segurando uma taça e rodeado por frutas — algumas já apodrecidas. A obra subverte a idealização clássica, trazendo sensualidade, decadência e humanidade à figura mitológica.

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(Google Arts/domínio público)
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