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A real história sobre as joias roubadas do Louvre

O episódio reacendeu debates sobre a origem das pedras preciosas, ligadas a séculos de exploração colonial

Por Redação Bravo!
26 out 2025, 09h00
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Jóias roubadas do Louvre. (Museu do Louvre/reprodução)
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O roubo no Louvre, ocorrido na manhã de 19 de outubro, pareceu mais uma cena saída de um filme ou de um folhetim absurdo dos anos 1990, de tão improvável e surreal. Quatro criminosos acessaram o museu por volta das 9h, utilizando um guindaste que lhes permitiu entrar pela janela da Galeria de Apolo. No local, roubaram oito joias avaliadas em cerca de meio bilhão de reais, ameaçaram os guardas e evacuaram a sala. Toda a ação durou aproximadamente oito minutos. Para tornar a história ainda mais inacreditável, as câmeras de segurança não cobriam a área inteira, incluindo a varanda utilizada na entrada. Ao final, os ladrões fugiram em motos.

Diante de tamanha vergonha, a diretora do Louvre, Laurence des Cars, chegou a oferecer sua renúncia à ministra da Cultura, Rachida Dati, que não foi aceita. O episódio causou grande repercussão em Paris, afetando a percepção pública sobre a segurança do museu e até mesmo sobre a própria imagem do país. O Louvre permaneceu fechado ao público por três dias, uma medida sem precedentes para um dos museus mais visitados do mundo.

Após o assalto, a coroa da imperatriz Eugénie, esposa de Napoleão III, foi encontrada do lado de fora do museu, parcialmente danificada. A peça de ouro é cravejada com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas. Ainda estão desaparecidas outras joias históricas de grande valor: um diadema com 24 safiras do Ceilão e 1.083 diamantes, um colar e um brinco único que já pertenceram a rainhas e nobres europeias, como Hortense de Beauharnais, Marie-Amélie da França e Isabelle d’Orléans. A origem exata do conjunto é incerta, mas há indícios de que algumas peças tenham pertencido a Maria Antonieta.

O episódio reacendeu debates sobre a origem das pedras preciosas, ligadas a séculos de exploração colonial. Acredita-se que os diamantes da coroa de Eugénie vieram de Minas Gerais e Bahia, no Brasil, enquanto as esmeraldas do colar da coleção de Maria Luísa, presente de Napoleão, foram extraídas na Colômbia, abastecendo a opulência das cortes europeias.

O roubo evidencia a tensão entre patrimônio, poder e memória histórica, lembrando que muitos acervos ocidentais ainda carregam os vestígios de impérios coloniais e de comunidades que jamais foram compensadas.

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