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OLÁ,

Isadora Ravena faz paralelo entre transição de gênero e crise climática

Exposição “Trava da peste: linda quanto sol” fica em cartaz até julho no MAC-CE e tem entrada gratuita

Por Redação Bravo!
Atualizado em 13 mar 2024, 13h52 - Publicado em 13 mar 2024, 09h00
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Trava da peste, mostra individual de Isadora Ravena, com Curadoria de Lucas Dilacerda, no MAC-CE (Jorge Silvestre/divulgação)
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O Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE), do Centro Dragão do Mar de Fortaleza recebe, a partir deste sábado (9), às 16h, a individual da artista Isadora Ravena. A mostra Trava da peste: linda quanto sol tem entrada gratuita e propõe um interessante debate sobre a transição de gênero como uma mutação da espécie humana para sobreviver às crises climáticas.

Tenho investido minha força criativa no delinear daquilo que acredito ser uma travestilidade ambiental. Sob essa perspectiva, a transição ou a transmutação ocupa um lugar elementar na minha existência. Tenho feito o esforço de me desvencilhar das armadilhas do gênero, entendendo que essa categoria ainda repousa sobre uma cognição humana, portanto supremacista. Criar uma obra e criar o meu corpo enquanto obra me desvela a urgência de transmutar junto às demais formas de vida que habitam o universo, inclusive as que não são consideradas vivas conforme a catalogação humana. A transmutação travesti é uma coreografia ininterrupta, cheia de giros como as coronas solares, por vezes perigosa e delicada como uma lâmina de barbear”, explica a artista.

A expografia também contempla uma instalação inédita em homenagem aos 75 anos de nascimento da artista transexual Márcia Mendonça. Natural da cidade de Limoeiro do Norte, sertão do Ceará, ela nos deixou uma vasta produção artística que transita entre o sagrado e o profano. Em uma época afetada pelas mudanças climáticas, crises ambientais e aquecimento global, a artista aponta que corpos trans já estão em mutação rumo a outras formas de vida que se fazem em alianças elementares com a matéria, a paisagem, os astros e o sol. No salão “Febre”, uma instalação composta por uma cadeira com giletes resgata um transaber ancestral das travestis brasileiras que fizeram uso dessa lâmina como uma arma de guerra e uma armadura de resistência. A instalação nos lembra que pessoas trans estão em perigo, mas que também são perigosas. Como cortar o mundo com delicadeza?”, escreve Lucas Dilacerda no texto curatorial. 

 

A exposição foi selecionada no Cena Ocupa: Convocatória de Ocupação Artística do Centro Dragão do Mar 2023/2024, da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará, e possui um projeto de acessibilidade que contempla ações como tradução em Braille, interpretação em Libras, legendagem para surdos e ensurdecidos, fonte ampliada, alto contraste, obras táteis e audiodescrição em todas as obras.

Trava da peste: linda quanto sol, de Isadora Ravena

MAC-CE, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura: Av. Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema – Fortaleza | De 9/3 a 28/7; Qua à sex das 9h às 18h; Sáb, dom e feriados das 13h às 18h | Entrada gratuita

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