Entenda o que é o Brutalismo, movimento abordado no filme “O Brutalista”
O filme, com 10 indicações ao Oscar, conta a história do arquiteto húngaro fictício László Tóth, que imigra para os EUA após a 2ª Guerra para recomeçar sua vida

Um dos filmes favoritos para levar o Oscar de Melhor Filme neste ano, O Brutalista, de Brady Corbet, aborda um tema que também desperta intensos debates entre os brasileiros: a arquitetura. Especialmente quando se trata da abordagem modernista, o Brasil teve grandes ícones que foram profundamente influenciados por essa estética. Eles foram capazes de expandir e refinar o estilo a ponto de se tornarem referências globais.
O filme, que concorre em 10 indicações (incluindo Filme, Direção e Ator) narra a história do arquiteto húngaro fictício László Tóth (Adrien Brod), que foge para os Estados Unidos para reconstruir sua vida no pós-guerra. No novo país, ele passa a trabalhar com seu primo em uma loja de móveis. Lá, ele recebe sua primeira tarefa: construir uma biblioteca para um cliente rico. Logo, ele e o primo se desentendem, e ele precisa procurar outro trabalho. No entanto, o cliente o procura novamente para um novo desafio: projetar um prédio Modernista. É então que suas ideias e criações começam a dar forma a um novo movimento, que apresenta uma maneira inovadora de olhar para o mundo: o Brutalismo.
O que é o Brutalismo?
O Brutalismo tem suas raízes no pós-Segunda Guerra Mundial, surgindo como uma extensão do Modernismo. Embora compartilhe com o Modernismo a busca por funcionalidade e simplicidade, o Brutalismo se distingue principalmente pelo uso expressivo do concreto aparente e formas geométricas imponentes. O estilo se caracteriza pela austeridade e pela “brutalidade” de suas formas, com uma estética que pode parecer inacabada ou crua, mas que busca evidenciar a função da construção, em vez de escondê-la. A ideia é destacar os elementos estruturais de uma edificação, criando um impacto visual forte e uma sensação de solidez. O estilo, até hoje, provoca divisões entre arquitetos e apreciadores de arquitetura em geral. Muitos defendem que, ao priorizar a funcionalidade, o Brutalismo acaba por negar ou minimizar a busca pela beleza estética. Para esses críticos, o foco excessivo na praticidade e no uso de materiais brutos, como o concreto, pode resultar em uma arquitetura que se distancia da harmonia e da elegância presentes em outras abordagens.
László Tóth existiu?
Não. Embora o personagem seja fictício, ele é amplamente inspirado em uma figura histórica real: Marcel Lajos Breuer, um arquiteto e designer húngaro que se naturalizou estadunidense e foi um dos discípulos de Walter Gropius, o fundador da escola Bauhaus. Breuer se mudou para os Estados Unidos nos anos 1930, convidado para trabalhar na Escola de Pós-Graduação em Design de Harvard, onde se tornou um nome de destaque no cenário arquitetônico.

Breuer foi o responsável pela criação da icônica Cadeira Wassily, um marco no design de móveis. Essa peça foi a primeira a usar tubos de aço para criar uma estrutura de cadeira, algo completamente inovador para a época. Mais tarde, ele seria convidado para projetar a sede da UNESCO, em Paris, um projeto de grande importância arquitetônica.
Na arquitetura, Breuer ficou conhecido por seu estilo característico chamado “wing”, que se baseia na distribuição funcional dos espaços dentro de uma casa, com uma divisão das áreas conforme suas funções familiares. Essa abordagem tinha como objetivo organizar a residência de forma eficiente e prática, algo que seria uma característica importante no desenvolvimento de sua arquitetura brutalista.
Confira abaixo o trailer de O Brutalista: