Uma análise crítica do filme ‘Casablanca’, de Michael Curtiz
Descubra por que esta história de amor em tempos de guerra é um dos títulos mais conceituados de todos os tempos
Se existe um filme que se tornou peça do imaginário coletivo, é Casablanca. Dirigido pelo húngaro naturalizado americano Michael Curtiz entre 1941 e 1942 (quando os Estados Unidos aliaram-se a um grupo de nações para combater o eixo formado por Alemanha, Itália e Japão, na Segunda Guerra Mundial), o clássico toca em tema sagrado. Menos pelos fatos históricos, a aclamação universal desse filme nasceu do assunto abordado, um romance em tempos de guerra, cujo apelo ultrapassa qualquer fronteira ou cultura.
A aura mágica de Casablanca fez dele referência para inúmeros cineastas, como Woody Allen (Sonhos de um Sedutor, de 1972, no qual ele é ator e roteirista) e Sydney Pollack (que filmou sua versão caribenha em Havana, de 1990), novelas radiofônicas e paródias, como um desenho do coelho Pernalonga.
Humphrey Bogart, como o durão, justo e apaixonado Rick Blane, ajudou na consolidação do mito. Na história, ele é o dono de bar numa Casablanca (Marrocos) ocupada pelos nazistas, onde refugiados franceses tentam ir para a América por lá. Até que, ao acaso, ressurge uma antiga paixão, Ilsa (Ingrid Bergman), acompanhada de seu marido (Paul Henreid).
Rick terá um dilema a ser resolvido, e pede, a certo momento, a seu amigo Sam para tocar As Time Goes By, canção que se tornou um ícone da cultura ocidental graças ao longa. Casablanca não é só um mito na história do cinema. Como qualquer produção industrial de Hollywood naquela época, o filme gerou uma novela à parte.
A escolha quase ocasional do elenco (Bogart se tornaria astro absoluto e um dos atores mais bem pagos dos Estados Unidos a partir dali), cenas escritas horas antes de serem filmadas, explosões furiosas de Curtiz (cujo sotaque confundia a equipe), jogo de forças entre vários artistas, como o músico Max Steiner e os renomados roteiristas Howard Koch e os irmãos Julius e Philip Epstein foram alguns dos problemas. Mas o resultado impecável, segundo os padrões industriais de Hollywood, pode ser conferido no genial início do filme, que apresenta freneticamente a trama. Casablanca ganhou os Oscar de Melhor Filme, Direção e Roteiro.
Este texto faz parte do especial 100 Filmes Essenciais e foi publicado na Revista Bravo! originalmente em 2008