Continua após publicidade

Opostos complementares se atraem novamente em True Detective

Série de suspense estreia dia 14 na HBO Max; Bravo! esteve na coletiva de imprensa com a diretora Issa López e as atrizes Jodie Foster e Kali Reis;

Por Laís Franklin
Atualizado em 12 jan 2024, 10h50 - Publicado em 12 jan 2024, 10h37

True Detective é uma série de superlativos. Aclamada pela crítica e aguardada pelo público, a série de suspense policial com aura cinematográfica retorna com nova trama e personagens após cinco anos de hiato e dez anos de sua estreia (com Matthew McConaughey e Woody Harrelson).

O que não muda na 4ª temporada, que estreia neste domingo (14) no streaming da HBO Max, é o foco na dinâmica entre dois colegas detetives com personalidades contrastantes. Ou melhor, duas detetives. Pela primeira vez, a série criada por Nick Pizzolatto carrega protagonismo feminino dentro e fora das telas. “Essa é uma história de amor entre duas parceiras que precisam conviver e resolver um mistério e, com isso, aprender algo uma com a outra”, explicou a diretora Issa López. “True Detective é sobre duas personagens tentando desvendar um crime sem saber que, na verdade, elas estão tentando desvendar suas próprias almas”, emendou.

Jodie-Foster-hbo-true-detective-serie-estreia-data-onde-assistir-streaming
(HBO/divulgação)

Em True Detective: Terra Noturna, a veterana e premiada Jodie Foster e a ex-boxeadora Kali Reis interpretam os papéis principais e a cineasta Issa López também ocupa o cargo de roteirista e produtora executiva. “Não me animava tanto com um trabalho desde ‘O Silêncio dos Inocentes’. Amei trabalhar com a Issa, minha cineasta favorita no mundo. Essa é uma das mais ricas experiências da minha vida”, adiantou Jodie em uma coletiva de imprensa da qual nossa reportagem participou.

Desta vez, Liz Danvers (Jodie Foster), e Evangeline Navarro (Kali Reis) tentam desvendar um enigma em Ennis, uma cidade fictícia no Alasca (Estados Unidos) com poucas horas de luz solar e temperaturas congelantes. Nele, oito homens desaparecem da estação de pesquisa Tsalal Arctic. A única pista remete a um caso antigo das detetives. “Minha personagem vive um despertar para a vida ao longo da trama. Elas (as detetives) se odeiam, mas se entendem e se respeitam. No fim, é como uma história de amor convencional”, resumiu Jodie.

Ainda segundo a diretora, os amantes da sétima arte terão um prato cheio de referências de clássicos de David Fincher e de Jonathan Demme, que marcaram o gênero de thriller e suspense psicológico. “Essa temporada tem muitas influências que os fãs vão identificar como Se7en – Os Sete Crimes Capitais e, claro, O Silêncio dos Inocentes.” Outra influência fundamental para ela é a cinegrafia autoral de Marcela Fernández Violante, conhecida por trabalhos como documentário sobre a artista Frida Kahlo (1972).

“Amo minha personagem porque ela é honesta. Mas ela é uma babaca a maior parte do tempo e tem um humor questionável. Nossas personagens se odeiam, mas também há sempre respeito envolvido porque uma é tão obcecada e prejudicada como quanto a outra”, definiu Jodie. A dinâmica de rivalidade e conflito constante — uma das marcas registradas de True Detective — dá a tônica da interessante relação entre as detetives complexas e opostas, que se conectam de maneira complementar. “Mesmo aqui no Brasil esses personagens são relacionáveis e universais. A série tem bastante representatividade na questão dos descendentes de povos indígenas nativos. Há um sentimento universal de tristeza também, de mulheres desaparecidas, de violência. São problemas que vemos em todos os lugares”, completou Kali.

Continua após a publicidade

Ainda na coletiva, o elenco dividiu curiosidades dos bastidores de gravação. Por tratar de uma cidade fictícia e em meio a pandemia de COVID-19, muitas das cenas foram gravadas na Islândia e o elenco passou por diárias marcadas por ventania e temperaturas baixíssimas. “Kali teve mais cenas externas que eu e chegou a ficar com a perna congelada em algumas cenas. O máximo que aconteceu comigo foi pegar um resfriado e fiquei por alguns dias devido ao frio extremo, tive mais sorte!”, lembrou Jodie.

Para Issa López, a liberdade criativa foi essencial para o resultado final abraçar a inovação que uma antologia de peso como essa pede. “Essa não é uma série comum sobre a detetive de cidade do interior. É algo que ninguém viu ainda. O segredo está nos detalhes, nas camadas”, defendeu. “É como parir um filho, você esquece como é difícil fazer algo assim, mas valeu a pena cada minuto, estou muito orgulhosa dessa série que fizemos”, finalizou Jodie, orgulhosa.

 

Publicidade