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OLÁ,

Entenda a crítica social do livro “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austin

Livro clássico da literatura inglesa debate papel da mulher na sociedade com ironia refinada de uma das maiores romancistas do século xix

Por Redação Bravo!
Atualizado em 11 dez 2024, 15h04 - Publicado em 11 dez 2024, 09h00
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Retrato de Jane Austen, da biografia escrita por J. E. Austen-Leigh (1798-1874). Todos os reatos feitos da escritora se baseiam nesse, feito pela a irmã de Austin, Cassandra (Wikipedia commons/domínio público)
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Nada indicava que Jane Austen (1775-1817), filha de um pastor anglicano de província, se tornaria uma das escritoras mais lidas da Inglaterra. Mas o fato é que a observação do ambiente rural serviu de esteio às suas comédias de costumes, em que a descrição social e humana se iguala à dos grandes mestres.

A primeira versão da obra Orgulho e Preconceito (1813) se chamou First Impressions a partir do ditado que diz “first impressions are half of the battle” (as primeiras impressões perfazem metade da conquista). Trata-se de uma ironia. Ao longo da narrativa, a heroína Elizabeth Bennet acaba por rever sua antipatia inicial pelo bem-nascido e egocêntrico Darcy, que a ridicularizara num baile — ocasião em que a família da moça pretendia encontrar pretendentes para as filhas solteiras.

Vários mal-entendidos e histórias paralelas costuram as mudanças de humor de Elizabeth e de Darcy. Os acontecimentos, contudo, têm interesse relativo. A importância da obra reside no estudo minucioso dos personagens na crítica social. De maneira sutil, Jane Austen mostra os danos causados às mulheres inseridas em uma cultura criada por homens e para os homens.

O romancista Walter Scott (1771-1832) escreveu, na ocasião em que relia pela terceira vez o romance, que o talento da autora para a descrição das “ocorrências, sentimentos e personagens da vida comum” era o mais extraordinário que encontrara. Jane Austen morreu quase ignorada aos 43 anos, depois de ter publicado anonimamente algumas das obras-primas da literatura inglesa, entre elas Razão e Sensibilidade (1811) e Mansfield Park (1814).

O texto acima faz parte do especial da Bravo! e foi originalmente publicado em 2007 na revista 100 Livros Essenciais da Literatura Mundial 

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Sobre a autora

Jane Austen (1775–1817) nasceu em Steventon, vilarejo localizado na área rural da Inglaterra. Sétima dos oito filhos do reverendo George Austen – o dirigente da paróquia local –, a escritora cursou a maior parte de seus estudos em casa. Curiosamente, apesar de suas heroínas românticas estarem sempre às voltas com o matrimônio, Jane Austen não se casou.

A obra da autora reúne os seguintes romances: Razão e sensibilidade (1811), Orgulho e preconceito (1813), Mansfield Park (1814), Emma (1816), A abadia de Northanger e Persuasão – os dois últimos publicados postumamente, em 1818. Precisão da linguagem, o humor e a aguda percepção para tratar do cotidiano da sociedade inglesa da virada do século XVIII para o XIX estão entre as marcas registradas da escritora. 

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