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OLÁ,

Quem foi Evanildo Bechara? Conheça a trajetória de um dos maiores gramáticos do país

Uma das maiores autoridades no estudo da língua portuguesa, faleceu nesta quinta-feira (22), aos 97 anos, em decorrência de falência múltipla de órgãos

Por Redação Bravo!
Atualizado em 23 Maio 2025, 17h56 - Publicado em 23 Maio 2025, 17h13
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 (Academia Brasileira de Letras/reprodução)
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Evanildo Bechara, uma das maiores autoridades no estudo da língua portuguesa, morreu na última quinta-feira (22), aos 97 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de falência múltipla de órgãos.

Nascido em Recife, em 1928, Bechara foi um intelectual de referência na gramática, na filologia e no ensino do idioma. Ocupava desde 2001 a Cadeira nº 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição que, em nota de pesar, destacou sua relevância para a cultura nacional e internacional: “Bechara foi o nosso maior especialista em língua portuguesa, com fama que ultrapassa nossas fronteiras (…). Um professor generoso e uma pessoa íntegra e cordial.”

Ainda jovem, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu seus estudos e graduou-se em Letras na então Faculdade do Instituto La-Fayette, atual UERJ. Sua carreira acadêmica se consolidou com passagens como professor e orientador na UERJ, UFF e PUC-RJ, além de experiências internacionais nas universidades de Colônia (Alemanha) e Coimbra (Portugal).

Bechara é autor de uma extensa obra voltada à descrição e ao ensino da língua portuguesa. Entre seus títulos mais conhecidos estão Gramática Escolar da Língua Portuguesa (2001) e Lições de Português pela Análise Sintática (2004), além da influente Moderna Gramática Portuguesa, adotada em instituições de ensino e pesquisa em todo o país.

Destacou-se por estudos acadêmicos como A Evolução do Pensamento Concessivo no Português (1954) e As Fases Históricas da Língua Portuguesa (1985), e coordenou, ao lado de Antônio Houaiss, a equipe responsável pelo levantamento do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, em 1972.

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Sua atuação foi decisiva na Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, sancionada em 2008. Como membro da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL, foi um dos principais articuladores técnicos e intelectuais do Acordo Ortográfico, que buscou unificar a grafia do português nos países lusófonos. Com autoridade e clareza, participou de debates, redigiu pareceres e contribuiu para a difusão pública das mudanças, sempre em defesa de uma língua viva e integradora.

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