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Vencedora do Nobel, Alice Munro morre aos 92 anos

A autora, conhecida por dedicação aos contos, faleceu em uma casa de repouso em Ontário. Munro foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura em 2013

Por Redação Bravo!
15 Maio 2024, 09h00

Morreu ontem (13), aos 92 anos, a renomada escritora canadense Alice Munro, laureada com o Prêmio Nobel de Literatura em 2013. Nascida em Wingham, Ontário, em 1931, Munro foi a primeira autora de contos a receber tal honraria. Sofria de demência há mais de uma década.

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Além do Nobel, Munro foi agraciada três vezes com o Governor General’s Literary Awards e recebeu o National Book Critics Circle Award. Entre suas obras mais conhecidas estão “Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento”, “Fugitiva”, “Lives of Girls and Women”, “The Beggar Maid”, “Love of a Good Woman” e “Friend of My Youth”.

Apesar de ter começado a escrever durante a adolescência, Munro só publicou suas obras aos 37 anos. Estudou Jornalismo e Inglês na Universidade de Western Ontario, mas abandonou os estudos para se casar. Em entrevistas, revelou que escrevia enquanto sua filha pequena dormia, tendo seus primeiros contos publicados em revistas.

“Achei difícil ser jovem. Quando me casei aos vinte e poucos anos, odiava ser vista como “a esposinha”. Você não sabe como era naquela época! Eu nunca tinha nem mesmo preenchido um cheque. Tinha que pedir dinheiro ao meu marido para comprar mantimentos”

“Achei difícil ser jovem. Quando me casei aos vinte e poucos anos, odiava ser vista como “a esposinha”. Você não sabe como era naquela época! Eu nunca tinha nem mesmo preenchido um cheque. Tinha que pedir dinheiro ao meu marido para comprar mantimentos”, declarou ao jornal The Observer.

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Munro ambientava suas histórias nas pequenas cidades do Canadá, explorando a vida de pessoas à margem da sociedade, abordando temas como velhice, doença, transtorno mental e desigualdades sociais. Suas narrativas destacavam dramas cotidianos e complexidades emocionais, especialmente das mulheres.

Em uma entrevista ao jornal The Observer, Munro compartilhou suas dificuldades nos anos 1950, quando se sentia presa aos papéis tradicionais de esposa e mãe. Admitiu que enfrentou depressão ao pensar que nunca publicaria um romance, sofrendo com ataques de ansiedade.

Apesar de ter recebido reconhecimento tardio, Munro foi considerada uma das mais brilhantes escritoras de sua geração.

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(Companhia das Letras/reprodução)

“O amor de uma boa mulher” (1998)

Livro vencedor do National Book Critics Circle Award, é uma excelente introdução à sua obra. Nele, Munro explora a condição feminina, retratando personagens como uma professora de balé viúva, uma escritora frustrada e uma jovem mãe transformada por uma experiência teatral.

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(Biblioteca Azul/reprodução)

“Fugitiva” (2004)

Munro mergulha nas complexas dinâmicas dos relacionamentos femininos, revelando suas fragilidades e descobertas. Nos contos, as protagonistas enfrentam inseguranças e desejos, com momentos de calmaria subitamente transformados por eventos inesperados.

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(Biblioteca Azul/reprodução)

“Ódio, amizade, namoro, amor, casamento” (2001)

A obra reúne nove histórias que funcionam como retratos da vida das personagens, capturando momentos únicos de despedidas, reencontros, má escolhas e boas intenções.

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