O que sabemos sobre o álbum póstumo de Gal Costa
A gravadora Biscoito Fino lançará um disco com o registro de sua última apresentação ao vivo, realizada no Coala Festival

Para todos que admiram a música de Gal Costa (1945 – 2022), ainda é difícil acreditar que perdemos uma das maiores vozes da nossa história. Seu legado, no entanto, continua vivo e segue inspirando gerações de artistas, que encontram em sua ousadia e talento referências para suas próprias criações.
Em 2025, ano em que Gal completaria 80 anos, a gravadora Biscoito Fino lançará um álbum póstumo com o registro de sua última apresentação ao vivo, realizada no Coala Festival, em setembro de 2022, em São Paulo. O show integrou a turnê “As várias pontas de uma estrela”. A intérprete morreu em novembro daquele ano, vítima de um infarto fulminante.
Criado em 2016, com direção artística de Marcus Preto, o espetáculo foi concebido como uma homenagem à amizade entre Gal e Milton Nascimento. O título faz referência à canção composta por Milton e lançada em 1982, em parceria com Caetano Veloso.
No repertório, canções escritas por Milton e interpretadas por Gal ao longo da carreira, como Um gosto de sol, Fé cega, Canção da América e Solar. A apresentação, no entanto, não se restringia à obra do cantor mineiro, incluindo também composições de nomes como Antonio Carlos Jobim (1927–1994), Chico Buarque e Dorival Caymmi (1914–2008).
Além desse, seus fãs foram contemplados com registros inéditos de Gal. Em março, a Universal Music Brasil lançou o Compacto de 1972, uma coletânea de três gravações de Gal Costa, registradas durante o auge da turnê Fa-Tal – Gal a Todo Vapor. As faixas, que permaneceram arquivadas por mais de cinco décadas, incluem “A Morte”, de Gilberto Gil; “Vale Quanto Pesa”, de Luiz Melodia; e uma versão psicodélica de “O Dengo que a Nega Tem”, de Dorival Caymmi.
Gal Costa será ainda homenageada em livro com o lançamento de Gal Costa canta anos 70 – Tigresa, escrito por Gutemberg Cruz. A obra revisita as memórias da artista a partir de sua discografia produzida na década de 1970 — período decisivo na definição de sua identidade musical e no qual ela se consolidou como um dos maiores símbolos da Tropicália. No livro, o autor analisa os álbuns LeGal (1970), Fa-Tal – Gal a todo vapor (1971), Índia (1973), Cantar (1974), Gal canta Caymmi (1976), Caras & bocas (1977), Água viva (1978) e Gal tropical (1979).