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OLÁ,

Bastidores de capa digital da Bravo! com Marco Nanini

Leia o depoimento emocionante da fotógrafa Annelize Tozetto sobre sua experiência ao registrar o ator enquanto ele se preparava para entrar em cena

Por Redação Bravo!
10 jul 2024, 11h34
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Nanini se prepara no camarim (Annelize Tozetto/fotografia)
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Propomos uma pequena volta ao tempo. É fim de março, em Curitiba. Na cidade paranaense acontece o maior festival de Artes Cênicas do país, o Festival de Teatro de Curitiba, que ocupa a região central durante duas semanas. No vai e vem dos artistas, muitos dos quais viajaram de outros estados, e até países, está um ator alto, tímido, que não gosta muito de chamar atenção, mas que atrai os olhares por onde passa. No fim da primeira semana, ele se apresenta no colossal Teatro Guaíra com a peça “Traidor”, de Gerald Thomas.

Trata-se de um texto contemporâneo, quase experimental, um monólogo de Marco Nanini, ator que se vê assombrado por seus antigos personagens, por diversas vozes, e por um tempo que propõe uma vida quase inteiramente conectada. Esse ator tem muitos motivos para querer se isolar em uma ilha e se reconectar consigo mesmo. E é isso que ele faz. “Traidor” marca o reencontro entre Nanini e o diretor. A última vez em que trabalharam juntos foi em 2005 com “Um Circo de Rins e Fígados”.

Faltam dois dias para o ator pisar no palco do Guaíra diante de uma plateia lotada. A equipe da Bravo! e a fotógrafa Annelize Tozetto aguardam a chegada de Nanini e de seu produtor Fernando Libonati. O encontro ocorreu antes da estreia para não atrapalhar a concentração do ator em dia de espetáculo.

O artista, bem-humorado, sentou-se em uma das cadeiras do teatro, natural, espontâneo e sem precisar que o dirigissem, se posicionou rapidamente para as fotos. A facilidade vem de sua ampla bagagem. Do outro da margem que separa plateia e atores, os técnicos estão lutando para finalizar as luzes e cenário a tempo. O maior desafio para aquela equipe é posicionar o gigantesco boneco-réplica de Nanini, que permanece posicionado no meio do palco.

No dia seguinte, em dia de peça, Annelize teve um momento mais reservado com Nanini, quando fotografou o ator fazendo a sua própria maquiagem. Annelize Tozetto é fotógrafa de cena e de rua. Nos últimos anos, ela tem realizado a cobertura fotográfica do Festival de Curitiba e a relação dos dois vem de quase uma década. Confira na íntegra o depoimento da fotógrafa à Bravo!:

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(Annelize Tozetto/fotografia)

“Tenho muita admiração pelo Nanini. Eu já tinha fotografado ele antes, estava lembrando. Foi em uma coletiva de imprensa em 2015, quando ele esteve em Curitiba para o festival. Lembro que pensei: ‘Nossa, vou fotografar o Marco Nanini!’ Eu era mais nova e estava um pouco nervosa. Naquela época, era algo mais do meu dia a dia, sem tanto tempo de preparação. Desta vez, o tempo maior de preparo me ajudou a ficar mais tranquila e a levar o trabalho adiante. Mas o nervosismo sempre aparece, né? No final, deu tudo certo, e estou bem feliz.

E o Nanini foi incrível, desde mais cedo [naquele dia], quando o encontrei na palestra, depois. (Nanini lançou sua biografia, “O avesso do bordado” em Curitiba). Ali no ensaio, ele começou um pouco tímido, mas foi se soltando. Conversamos bastante e ele foi se sentindo à vontade. Tudo o que pedíamos, ele fazia, e também deu ideias. Fiz algumas fotos dele no camarim, onde pude observá-lo mais de perto e perceber o quanto ele se concentrava, já que ia entrar em cena mais tarde. Quando ele estava se arrumando para a peça, vi um Nanini mais focado, entrando no personagem.

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Conversávamos à vontade, mas já percebia a mudança na concentração dele. Independentemente de o Guairão estar lotado, como estava quando ele entrou em cena, ou vazio, como estava quando fotografamos, sempre há uma grande expectativa. Fico muito encantada com o Guairão e imagino que o Nanini também. Ver o processo de transformação dele ao entrar no personagem foi muito interessante. No palco, ele sugeriu poses e brincou na cadeira, mas no camarim estava mais sério. Foi fascinante observar essa transformação.

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O cenário da peça montado no teatro Guaíra (Annelize Tozetto/fotografia)

Ele entra um pouco mais sério e vai se concentrando. Depois desse momento de arrumação no cabelo, que já estava combinado, eu tinha que ir para o palco porque ele ia entrar. Então, acabei saindo, e ele já estava nesse momento de ficar mais em silêncio. Não estávamos conversando muito. Foi uma mudança natural: começamos conversando e ele foi, aos poucos, ficando mais concentrado. Foi interessante ver essa mudança enquanto ele ajeitava a maquiagem e mudava sua expressão. Depois, fiz a foto final, capturando a euforia dele ao sair do palco.

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E eu ainda encontrei o Nanini no outro dia. Ele até fez uma brincadeira, dizendo: “Puxa vida, a gente quase não se viu ontem, né? Vamos fotografar mais um pouquinho.” Fiquei feliz porque ele estava realmente leve quando chegou, depois de tudo. Foi bem legal. Para mim, é sempre um grande processo de aprendizado estar com o Nanini, ouvi-lo em diversos momentos. É sempre interessante ouvir as histórias dele, o jeito que ele leva e conta. Se lemos a biografia dele, vemos o quanto ele é dedicado e está sempre junto das pessoas que gosta, além de se dedicar à profissão. Mesmo agora, vemos ele em cena, ainda não 100% recuperado. Não sei se todo mundo sabe, mas é incrível estar frente a ele.”

 

 

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