Ópera de Paulo Coelho e Gilberto Gil estreia na COP30
“I-Juca Piramachega”, inspirado no poema de Gonçalves Dias, encerra a programação do XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, em Belém
Criada por Paulo Coelho, com música de Gilberto Gil e Aldo Brizzi, a ópera “I-Juca Pirama” chega ao palco do Theatro da Paz, em Belém, nos dias 10, 11 e 12 de novembro. A montagem encerra a programação do XXIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, em um momento simbólico: a capital paraense também será sede da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas. A produção propõe um diálogo entre tradição literária, cultura indígena e questões ambientais contemporâneas.
A ópera se inspira no poema homônimo de Gonçalves Dias, e conta a história do guerreiro I-Juca Pirama e os impactos da devastação da Amazônia. Após a destruição de suas terras pelos colonos, o jovem guerreiro, último de sua tribo, parte em busca de novos territórios e de sentido para sua existência. Capturado pelos Timbiras, ele enfrenta a condenação ao sacrifício, mas sua coragem transforma o destino de seus algozes. A ópera alterna entre passado e presente, mostrando o guerreiro em tempos modernos, quando novas queimadas e devastação o fazem reviver sua jornada, enquanto o Espírito da Terra observa e guia a narrativa, lembrando que, mesmo ferida, a floresta continua a sonhar.
O espetáculo reúne solistas e coro do Núcleo de Ópera da Bahia (NOP), o Coro Carlos Gomes de Belém, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz e participação do povo Huni Kui (Acre). A encenação integra música, canto, dança, projeções audiovisuais e rituais indígenas, com figurinos sustentáveis criados por Tukano Bu’ú Kennedy e confeccionados por artesãos amazônicos.
O prólogo, gravado na floresta amazônica, apresenta Gilberto Gil como Croá, trovador dos povos originários, e Paulo Coelho transformando-se em Espírito da Terra. Toda a renda da estreia será destinada ao povo indígena da Vila Dom Bosco, no Alto Rio Tiquié, em ações de educação intercultural e preservação de saberes ancestrais.
O maestro Aldo Brizzio celebrou a nova parceria com Gilberto Gil, com quem já colaborou em Amor Azul. “A estética musical dessa ópera segue a linha que já trabalhamos em Amor Azul, eu e Gil, ou em obras minhas como a Ópera dos Terreiros. É uma fusão total entre elementos da cultura afro, afro-brasileira, indígena e erudita. A melodia e a harmonia vêm um pouco da música popular, porque é um trabalho feito a quatro mãos com o Gil. Tudo flui naturalmente entre a rítmica indígena e a linguagem sinfônica, com o DNA da música popular sempre presente de forma comovente e radical.”
Serviço:
I-JUCA PIRAMA – Aquele que deve morrer | Estreia mundial
Ópera em dois atos inspirada no poema de Gonçalves Dias, em português | Libreto: Paulo Coelho | Música: Gilberto Gil e Aldo Brizzi
10, 11 e 12 de novembro, às 20h
Theatro da Paz – Praça da República, Rua da Paz, s/n, Centro, Belém – PA
Ingressos:
Térreo (Plateia): R$ 80 / R$ 40
1º andar (Frisas e Varandas): R$ 80 / R$ 40
2º andar (Camarote 1ª Ordem): R$ 80 / R$ 40
3º andar (Camarote 2ª Ordem): R$ 80 / R$ 40 | Galerias: R$ 60 / R$ 30
4º andar (Paraíso): R$ 40 / R$ 20
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