Gregório Duvivier estreia solo no Rio de Janeiro
O espetáculo chega ao Rio de Janeiro, com apresentações no Teatro Municipal Carlos Gomes, em uma curta temporada, de 6 a 24 de fevereiro

No final de 2024, o comediante e escritor Gregório Duvivier despertou ciúmes dos brasileiros ao estrear seu monólogo O Céu da Língua em Portugal. Dirigida por Luciana Paes, a peça, descrita como uma “comédia poética”, combina humor, literatura e reflexões profundas sobre a língua portuguesa, explorando desde suas origens até as sutilezas da fala cotidiana, revelando a poesia presente nas interações mais corriqueiras, mas com muita graça.
Agora, o espetáculo chega ao Rio de Janeiro, com apresentações no Teatro Municipal Carlos Gomes, em uma curta temporada, de 6 a 24 de fevereiro.
A peça pode ser resumida como um manifesto em celebração à língua portuguesa, misturando a técnica do stand-up comedy, que Duvivier domina com maestria, a uma abordagem literária. “O Gregório comediante está no palco ao lado do Gregório intelectual, com seu fluxo de pensamento ininterrupto, e, por isso, a plateia embarca na proposta”, explica a diretora Luciana Paes, que faz sua estreia como diretora. “Com seus recursos de ator, Gregório pega o público desprevenido. Ninguém resiste quando é surpreendido por alguém apaixonado”, complementa.

A peça marca o retorno de Duvivier ao teatro após Sísifo, escrita em parceria com Vinicius Calderoni, há mais de cinco anos. Em O Céu da Língua, o cenário é minimalista: o palco vazio, sons ao vivo criados pelo instrumentista Pedro Aune e projeções manipuladas por Theodora Duvivier, irmã do ator, que complementam visualmente a narrativa.
“O espetáculo é uma ode à língua portuguesa e às línguas em geral. Foi a língua que pariu o ser humano. Essa é a ideia. Não é o ser humano que inventou a língua, foi a língua que inventou o humano, porque, sem ela, seríamos macacos. Quando o hominídeo começa a verbalizar, nasce a humanidade. E a língua diz muito sobre quem a fala”, afirmou Duvivier ao jornal Público.
Em Portugal, onde estreou, a peça foi amplamente elogiada. O cronista Miguel Esteves Cardoso destacou Duvivier como “um artista completo, no sentido mais renascentista do termo” e o comparou a Woody Allen, “mas nascido no Rio”, mas sem as polêmicas que cercam o cineasta.
Teatro Municipal Carlos Gomes – Prç. Tiradentes, s/n° – Centro, Rio de Janeiro
De 06 a 24 de fevereiro. Quintas e Sextas,19h; sábados e domingos,18h
Ingressos: R$ 80 | R$ 40 (meia)