Como o filme “A Lista de Schindler” (1993) consagrou carreira de Steven Spielberg
Longa-metragem sobre holocausto foi indicado a 8 categorias no Oscar, incluindo Melhor Filme e Direção
Steven Spielberg é considerado, por muitos, um gênio da indústria cinematográfica de Hollywood desde o megassucesso de Tubarão (1975). Mas sua carreira ficou marcada por filmes de universo infanto-juvenil, como E.T. (1982), Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977) e a trilogia Indiana Jones (1981, 1984 e 1989).
Suas tentativas eventuais de abordar temas adultos ou “sérios”, como em A Cor Púrpura (1985) e Além da Eternidade (1989), foram recebidas sem muito entusiasmo. Nesse quadro, quando realizou A Lista de Schindler (Schindler’s List – 1993), o cineasta e produtor deu o passo mais importante rumo à consolidação de sua imagem, o que se traduziu em oito Oscar em 1994, incluindo Melhor Filme e Direção.
Sua abordagem do Holocausto mostra as formas cruéis de extermínio utilizadas pelos nazistas, mas procurando evitar a espetacularização. Para isso, ele concentra e transfere sua visão humanista para o personagem real de Oskar Schindler (Liam Neeson), industrial que aproveitava a fachada de suas indústrias de munição para resgatar judeus dos campos de concentração.
Apesar dos cuidados ao abordar um dos acontecimentos mais traumáticos do século 20, o diretor não escapou de críticas, como a feita por Claude Lanzmann, diretor do documentário Shoah (1985), acusando-o de ter transformado a morte de 6 milhões de pessoas em um melodrama, além de mostrar o Holocausto na visão de um germânico. “Mesmo que te- nha sido um alemão a salvar judeus, isso muda completamente a perspec- tiva da história”, argumentou.
O filme está disponível no streaming e pode ser assistido no Prime Video. Confira o trailer completo de A Lista de Schindler a seguir:
*Esta resenha faz parte da coleção “100 filmes essenciais” e foi originalmente publicada pela Revista Bravo! em 2008