Disco ‘Tio Gê – O Samba Paulista de Geraldo Filme’ ganha show-tributo
Cantoras Amanda Maria, Graça Cunha, Luciah Helena, Virgínia Rosa e a atriz Cleide Queiroz se apresentam no Sesc 14 Bis
Neste fim de semana, as cantoras Amanda Maria, Graça Cunha, Luciah Helena, Virgínia Rosa subirão ao palco do Sesc 14 Bis em apresentação especial. O show “Tio Gê – O Samba Paulista de Geraldo Filme” é uma homenagem ao renomado sambista Geraldão da Barra Funda (1927-1995), o criador de hinos do samba como ‘Vá Cuidar da sua Vida’, ‘Silêncio no Bixiga’ e ‘Tradição’.
O show é um desdobramento do álbum homônimo lançado em 2020 pelo Selo Sesc e apresenta um repertório com 15 das 26 faixas do disco duplo. No palco, a atriz Cleide Queiroz declamará textos de Leo Lama, filho do dramaturgo Plínio Marcos, que era um dos melhores amigos e incentivadores do homenageado.
A direção artística é de Fernando Cardoso e direção musical fica a cargo do maestro Ogair Júnior (teclado e acordeom), que ainda assina os arranjos ao lado de Dino Barioni (violões e guitarra) e Robertinho Carvalho (contrabaixo). Completam a banda do show Jorginho (trombone) e Vitor Alcântara (flauta e sax tenor).
Sesc 14 Bis
R. Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo
13/4 (sábado), às 20h, e 14/4 (domingo), às 18h
Ingressos: R a R
Quem foi Geraldo Filmes?
Nascido em 1927, Geraldo Filme de Souza passou a infância no bairro da Barra Funda, o que lhe rendeu o apelido de Geraldão da Barra Funda. O menino entregava as marmitas feitas pela mãe, Augusta, que era dona de pensão. Os pais eram filhos da última geração do sistema escravista e gostavam de música. Seu Sebastião, tocava violino e dona Augusta era uma das organizadoras da romaria nas festas do Bom Jesus de Pirapora — onde o batuque de Pirapora acontecia.
Defensor da cultura caipira e dos cantos negros de trabalho escravo, Tio Gê, forma como era chamado pelas crianças, era contra a apropriação cultural e defendia o espaço sem preconceitos étnicos e raciais. Porém, tocava em porões para fugir da represália policial.
Sambador, compositor e versador, Geraldo era respeitado por todas as escolas do Carnaval paulista, principalmente, a Unidos do Peruche e a Vai-Vai. Seu único disco solo foi lançado em 1980, intitulado Geraldo Filme. Antes, em 1974, o dramaturgo Plínio Marcos deixa clara a admiração pelo sambista e pelo gênero, ao gravar Nas Quebradas do Mundaréu, reunindo Geraldo Filme, Toniquinho Batuqueiro e Zeca da Casa Verde.
Em 1982, gravou com Tia Doca da Portela e Clementina de Jesus um dos grandes álbuns da música popular, O Cantos dos Escravos. Geraldo Filme morreu em 1995, em São Paulo, em decorrência de complicações de diabetes e pneumonia.