Memória Bravo!: 22 capas icônicas da revista impressa
Nesta retomada da revista digital, relembramos algumas das capas que marcaram a nossa história
Aos entusiastas de arte, literatura, cinema e teatro, a revista Bravo! sempre foi uma companheira leal. Criada em 1997, inicialmente vinculada à Editora D’Avila sob a direção de Wagner Carelli, foi adquirida pela Editora Abril em 2004. Dividida em seções como Artes Plásticas, Cinema, Livros, Música, Teatro e Dança, seu objetivo sempre foi oferecer um olhar crítico sobre a produção cultural e artística de seu tempo, no começo com um foco especial em ensaios textuais.
Gestada no formato impresso com dimensões especiais, a revista se assemelhava a um livro, com edições que ultrapassavam 160 páginas. Em seu primeiro teste de vendas nas bancas, foi necessária a reposição, tamanha a demanda dos novos leitores. Em 2005, a Bravo! deu um passo fundamental em sua história ao criar o Prêmio Bravo! de Cultura.
No início dos anos 2000, a revista acompanhou a revolução digital, mas manteve seu apelo e charme nas edições impressas, que hoje são cada vez mais raras. A Bravo! sempre manteve ma linha editorial focando em curadoria e reportagens de qualidade e estampou em suas capas figuras importantes da literatura como José Saramago, Clarice Lispector e Machado de Assis; músicos que mudaram a MPB como Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Marisa Monte; artistas fundamentais como Frida Kahlo e Björk; diretores pioneiros a exemplo de Walter Salles e Tarantino; e claro dramaturgos icônicos como Paulo Autran e Nelson Rodrigues.
Nesta nova fase digital, honramos o legado do título e relembramos algumas de nossas capas mais icônicas:
Caetano Veloso
Julho de 2007. A Tropicália é agora. Caetano Veloso. O momento era marcado pela inauguração da mostra Tropicália — Uma Revolução na Cultura Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Björk
Outubro de 2007. Sim, Björk. A cantora e compositora islandesa era um dos principais nomes do Tim Festival, que ocorreu naquele mês no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Vitória.
Paulo Autran
Novembro de 2007. O ator Paulo Autran, um dos maiores nomes do teatro brasileiro, falecia em 12 de outubro de 2007, aos 85 anos. Bravo! recordava o legado de Autran. Naquele ano, ele estava em cartaz com a peça “O Avarento”, texto de Molière, com direção de Felipe Hirsch.
Wagner Moura
Junho de 2008. A coragem de ser Hamlet. O ator Wagner Moura, que se encontrava no auge de sua carreira, estreava o clássico de Shakespeare, Hamlet, no Teatro Faap.
Walter Salles
Agosto de 2008. Eu vi o Brasil no cinema. O cineasta Walter Salles lançava naquele ano três filmes: “Linha de Passe”, “Era uma vez” e “Última Parada, 174”.
Machado de Assis
Setembro de 2008. Retrato de Machado de Assis, de 1890, tirado por Marc Ferrez, estampava a Bravo. Aquela edição se debruçava sobre o lançamento do livro “Páginas Esquecidas: Uma Antologia Diferente de Contos Machadianos”.
Caetano Veloso e Chico Buarque
Abril de 2009. O som e a palavra. Imagine juntar Caetano Veloso e Chico Buarque em uma mesma capa. Bravo! traçou alguns paralelos das carreiras dos dois maiores músicos do país.
Fernanda Montenegro
Maio de 2009. “Simone de Beauvoir mudou nossas vidas”. Fernanda Montenegro estreava o monólogo “Viver sem tempos mortos”, sob direção de Felipe Hirsch. Neste ano, a atriz voltou aos palcos para uma leitura dramática de textos de Simone de Beauvoir.
Selton Mello
Julho de 2009. “Cuidei melhor dos personagens do que de mim”. Selton Mello encarnava Jean Charles, brasileiro assassinado pela polícia britânica, em 2005.
Penélope Cruz
Janeiro de 2010. Penélope. Num misto de ensaio e perfil, Bravo escolheu Penélope Cruz como a atriz europeia símbolo daquele momento. Na ocasião, Penélope estreava o filme “Abraços Partidos”, de Pedro Almodóvar.
Maria Bethânia
Outubro de 2009. A rainha Maria Bethânia lançava os álbuns “Tua” e “Encanteria” e realizava turnê nacional. Numa conversa deliciosa, a cantora abordou uma gama de assuntos; de misticismo até política.
Paulo José
Abril de 2010. A arte contra a doença. Numa entrevista descontraída e pessoal, Paulo José (1937 – 2021) falou sobre a progressão dos sintomas do Mal de Parkinson e sua resiliência em se manter no ofício.
Lady Gaga
Maio de 2010. O YouTube sou eu. Em 2010, Lady Gaga já se consolidava como um dos grandes nomes do pop contemporâneo, revolucionando o cenário com uma nova estética. A equipe da Bravo percebeu a potência da artista e as mudanças que estavam por vir.
Ferreira Gullar
Outubro de 2010. O poeta e suas histórias. No alto de seus 80 anos, Ferreira Gullar (1930 – 2016) recebia o Prêmio Camões e lançava mais um livro, “Em alguma parte alguma”. Em entrevista, o poeta recordou diversos momentos marcantes de sua vida.
Marco Nanini
Novembro de 2011. “Estou me preparando para quando o sucesso se retirar”. No fim de 2011, Marco Nanini foi prestigiado com o Prêmio Bravo!. Em entrevista, ele recordou o começo da profissão, falou de suas inseguranças e, pela primeira vez, sobre sua sexualidade.
Gal Costa
Dezembro de 2011. Gal, a voz e o computador. Gal lançava “Recanto”, álbum com canções de Caetano Veloso. Era a primeira vez que dedicava um projeto inteiro às composições de seu amigo de longa data. A reportagem fez uma análise daquele disco e refletiu sobre as mudanças no tom da artista.
Nelson Rodrigues
Janeiro de 2012. No centenário do escritor, Bravo! realizou uma edição especial em homenagem ao autor que até hoje inspira e assombra uma legião de artistas.
Tom Zé
Julho de 2012. A Tropicália segundo Tom Zé. Capa icônica com o cantor irreverente, um dos fundadores do movimento musical brasileiro. A matéria divulgava o álbum “Tropicália Lixo Lógico”.
Marisa Monte
Setembro de 2012. Marisa Monte. Entrevista com a cantora que, naquele momento, estava em turnê com o show “Verdade, uma ilusão”.
Gilberto Gil
Dezembro de 2012. “Eu não existiria sem Gonzagão”. Grande Gilberto Gil falava de Luiz Gonzaga, que completava centenário, sua grande inspiração na música.
Frida Kahlo
Maio de 2013. Mulheres ainda são minorias na arte? A capa da ocasião trazia um autorretrato de Frida Kahlo, expandindo a discussão trazida na mostra “Elles: Mulheres Artistas na Coleção do Centro Georges Pompidou”, no CCBB-RJ.
José Saramago
Agosto de 2013. Saramago por Saramago. Última edição impressa da revista enquanto esteve na Editora Abril (em 2016, Bravo foi licenciada por Helena Bagnoli e Guilherme Werneck). O ensaio veiculava o lançamento do livro “Da estátua à pedra”, que traz um discurso de José Saramago (1922 – 2010) realizado em 1998, na Itália.